Reajuste nas mensalidades de instituições particulares supera em cinco vezes o índice de inflação oficial do país
O sonho do primeiro carro aos 18 anos é um dilema na vida do estudante Pedro Campos e muitos outros estudantes: a aprovação na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) ou numa instituição pública pode lhe render o presente dos pais. Isso porque a salgada conta do ensino particular será convertida na prestação de um automóvel zero quilômetro. “Se não passar na Federal, fica mais complicado ganhar o carro”, afirma o jovem, que, confiante no presente, diz ter debruçado-se sobre os livros nos últimos meses.
No caso de Pedro, a conta mensal é de R$ 872 para uma vaga no curso noturno de administração da PUC Minas. Em relação ao ano passado, a mensalidade teve reajuste de 9,82%. Mas a variação na universidade católica está longe de ser a mais pesada para o bolso do consumidor. Em algumas instituições, pode superar em cinco vezes o acumulado da inflação no ano passado.
Pesquisa do site Mercado Mineiro mostra que as instituições de ensino superior de Minas reajustaram os preços das mensalidades em até 32,64%, enquanto o acumulado de janeiro a novembro de 2011 do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado para medir a inflação oficial do país, ficou em 5,97%. Mesmo na comparação com a fração do indicador cheio, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que já tem os dados de dezembro, o consumidor leva desvantagem: de janeiro a dezembro do ano passado, o IPCA-15 fechou em 6,56%. Ao todo, foram pesquisados 69 cursos de 21 instituições de ensino superior, sendo que 43 deles apresentaram índices acima da inflação.
É o caso do curso de arquitetura do Centro Universitário UNA, que para os estudantes ingressos em 2011 custava R$ 919, enquanto para os deste ano a mensalidade será de R$ 1.219. O segundo maior aumento também é da UNA: 16,62% do curso de jornalismo, que passou de R$ 728 para R$ 849.
As mensalidades mais caras são do curso de medicina. Na Unifenas, o aluno tem que pagar R$ 4.851,30. Considerando que até a formatura são cinco anos de estudos para tornar-se médico, o estudante deverá arcar com R$ 350 mil – valor aproximado ao de um apartamento de três quartos novo num bairro de classe média de Belo Horizonte – apenas com a mensalidade. A estudante Olívia Santos Garcia foi aprovada em medicina na Faculdade de Ciências Médicas, mas tenta escapar do alto preço na segunda etapa do vestibular da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “Estou confiante na aprovação na UFMG, pois a mensalidade particular é pesada”, comenta a vestibulanda. No entanto, em caso de reprovação, seus pais terão que custear prestações de R$ 3.728 – montante suficiente para comprar um carro por ano.
Variação
O levantamento mostra ainda a variação de preços entre cursos semelhantes em instituições distintas. A maior diferença é para quem vai cursar administração (noturno): 317,95%. A mensalidade mais barata é de R$ 322,52, enquanto a mais elevada é de R$ 1.348 (veja quadro). O Estado de Minas entrou em contato com as instituições de ensino superior citadas pelo Mercado Mineiro, mas não obteve retorno.
Diferença é justificada
A diferença na variação de preços entre os mesmos cursos pode ser explicada pela infraestrutura, carga horária, grade de aulas, metodologia e outros serviços, segundo o diretor-executivo do site Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, que cita a reformulação de grades curriculares como justificativa das instituições para reajustes muito acima da média da inflação.
Ele também atenta que não são raros os casos de faculdades que custam até três vezes menos que colégios particulares. Por exemplo, o curso de administração (noturno) no Ibhes custa R$ 322, enquanto a mensalidade de escolas como Loyola, Santo Agostinho e Bernoulli superam R$ 1 mil para alunos que cursam o 3º ano do ensino médio. “Educação é um investimento.
Tem que pesquisar além dos preços, pois não basta ter diploma, é preciso valer o investimento. Será que aceitação do diploma da mais barata é a mesma da mais cara?”, questiona Abreu. O Ibhes tirou nota 4 em 5 na última edição do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade).
O Ibhes e a Faculdade Metropolitana de Belo Horizonte são as duas únicas instituições que reduziram o valor da mensalidade na comparação com o ano passado, segundo o Mercado Mineiro. Nos dois casos, foram comparados os preços dos cursos de administração e direito e, na contramão das demais faculdades, as duas reduziram os valores das parcelas. No caso da Faculdade Metropolitana, a redução é de 6,45% no curso de administração, passando de R$ 700 para R$ 654.
Fonte: Estado de Minas
O sonho do primeiro carro aos 18 anos é um dilema na vida do estudante Pedro Campos e muitos outros estudantes: a aprovação na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) ou numa instituição pública pode lhe render o presente dos pais. Isso porque a salgada conta do ensino particular será convertida na prestação de um automóvel zero quilômetro. “Se não passar na Federal, fica mais complicado ganhar o carro”, afirma o jovem, que, confiante no presente, diz ter debruçado-se sobre os livros nos últimos meses.
No caso de Pedro, a conta mensal é de R$ 872 para uma vaga no curso noturno de administração da PUC Minas. Em relação ao ano passado, a mensalidade teve reajuste de 9,82%. Mas a variação na universidade católica está longe de ser a mais pesada para o bolso do consumidor. Em algumas instituições, pode superar em cinco vezes o acumulado da inflação no ano passado.
Pesquisa do site Mercado Mineiro mostra que as instituições de ensino superior de Minas reajustaram os preços das mensalidades em até 32,64%, enquanto o acumulado de janeiro a novembro de 2011 do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado para medir a inflação oficial do país, ficou em 5,97%. Mesmo na comparação com a fração do indicador cheio, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que já tem os dados de dezembro, o consumidor leva desvantagem: de janeiro a dezembro do ano passado, o IPCA-15 fechou em 6,56%. Ao todo, foram pesquisados 69 cursos de 21 instituições de ensino superior, sendo que 43 deles apresentaram índices acima da inflação.
É o caso do curso de arquitetura do Centro Universitário UNA, que para os estudantes ingressos em 2011 custava R$ 919, enquanto para os deste ano a mensalidade será de R$ 1.219. O segundo maior aumento também é da UNA: 16,62% do curso de jornalismo, que passou de R$ 728 para R$ 849.
As mensalidades mais caras são do curso de medicina. Na Unifenas, o aluno tem que pagar R$ 4.851,30. Considerando que até a formatura são cinco anos de estudos para tornar-se médico, o estudante deverá arcar com R$ 350 mil – valor aproximado ao de um apartamento de três quartos novo num bairro de classe média de Belo Horizonte – apenas com a mensalidade. A estudante Olívia Santos Garcia foi aprovada em medicina na Faculdade de Ciências Médicas, mas tenta escapar do alto preço na segunda etapa do vestibular da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “Estou confiante na aprovação na UFMG, pois a mensalidade particular é pesada”, comenta a vestibulanda. No entanto, em caso de reprovação, seus pais terão que custear prestações de R$ 3.728 – montante suficiente para comprar um carro por ano.
Variação
O levantamento mostra ainda a variação de preços entre cursos semelhantes em instituições distintas. A maior diferença é para quem vai cursar administração (noturno): 317,95%. A mensalidade mais barata é de R$ 322,52, enquanto a mais elevada é de R$ 1.348 (veja quadro). O Estado de Minas entrou em contato com as instituições de ensino superior citadas pelo Mercado Mineiro, mas não obteve retorno.
Diferença é justificada
A diferença na variação de preços entre os mesmos cursos pode ser explicada pela infraestrutura, carga horária, grade de aulas, metodologia e outros serviços, segundo o diretor-executivo do site Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, que cita a reformulação de grades curriculares como justificativa das instituições para reajustes muito acima da média da inflação.
Ele também atenta que não são raros os casos de faculdades que custam até três vezes menos que colégios particulares. Por exemplo, o curso de administração (noturno) no Ibhes custa R$ 322, enquanto a mensalidade de escolas como Loyola, Santo Agostinho e Bernoulli superam R$ 1 mil para alunos que cursam o 3º ano do ensino médio. “Educação é um investimento.
Tem que pesquisar além dos preços, pois não basta ter diploma, é preciso valer o investimento. Será que aceitação do diploma da mais barata é a mesma da mais cara?”, questiona Abreu. O Ibhes tirou nota 4 em 5 na última edição do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade).
O Ibhes e a Faculdade Metropolitana de Belo Horizonte são as duas únicas instituições que reduziram o valor da mensalidade na comparação com o ano passado, segundo o Mercado Mineiro. Nos dois casos, foram comparados os preços dos cursos de administração e direito e, na contramão das demais faculdades, as duas reduziram os valores das parcelas. No caso da Faculdade Metropolitana, a redução é de 6,45% no curso de administração, passando de R$ 700 para R$ 654.
Fonte: Estado de Minas
Nenhum comentário:
Postar um comentário