Transversalidade: Em suma, o tema Ética diz respeito à praticamente todos os outros temas tratados na escola. E mais ainda: diz respeito às relações humanas presentes no interior da escola e àquelas dos membros da escola com a comunidade. A proposta de transversalidade aparece como justificada por várias razões, dentre as quais destacam-se três.
A primeira: não refazer o erro da má experiência da Moral e Cívica, que partia do pressuposto que a formação moral corresponde a uma “especialidade” e deveria ser isolada no currículo por meio de aulas específicas.
A segunda: a problemática moral está presente em todas as experiências humanas e, portanto, deve ser enfocada em cada em cada uma dessas experiências que ocorrem tanto durante o convívio na escola como no embate com as diversas matérias.
A terceira: ajuda o aluno à não dividir a moral num duplo sistema de valores, aqueles que se falam e aqueles que, de fato, inspiram as ações. Infelizmente, tal duplo sistema existe em nossa sociedade. Associar a educação moral a discursos sobre o Bem e o Mal nada mais faz do que reforçar o divórcio entre discurso e prática. Ao ancorar a educação moral na vivencia social, reatam-se os laços entre falar e agir.
A terceira: ajuda o aluno à não dividir a moral num duplo sistema de valores, aqueles que se falam e aqueles que, de fato, inspiram as ações. Infelizmente, tal duplo sistema existe em nossa sociedade. Associar a educação moral a discursos sobre o Bem e o Mal nada mais faz do que reforçar o divórcio entre discurso e prática. Ao ancorar a educação moral na vivencia social, reatam-se os laços entre falar e agir.
Os conteúdos de Ética: Cada sociedade, cada país é composto de pessoas diferentes entre si. Não somente são diferentes em função de suas personalidades singulares (individuais), como também o são relativamente a categorias ou grupos de pessoas: elas podem ser classificadas por sexo, etnia, classe social, opção política e ideológica, entre outras é grande a diversidade das pessoas que compõem a população brasileira: diversas etnias, diversas culturas de origem, profissões, religiões, opiniões, etc. Essa diversidade freqüentemente é alvo de preconceitos e discriminações, o que resulta em conflitos e violência. Do ponto de vista da Ética, o preconceito pode traduzir-se de várias formas. A mais freqüente é a não-universalização dos valores morais. Por exemplo, alguém pode considerar que deve respeitar as pessoas que pertencem a seu grupo, ser honesto com elas, não enganá-las não violentá-las, mas o mesmo respeito não é visto como necessário para com as pessoas de outros grupos. O preconceito é contrário a um valor fundamental: o da dignidade humana. Segundo esse valor, toda e qualquer pessoa, pelo fato de ser um ser humano, é digna e merecedora de respeito. Portanto, não importa seu sexo, sua idade, sua cultura, sua raça (etnia), sua religião, sua classe social, seu grau de instrução, entre outros, nenhum desses critérios aumenta ou diminui a dignidade de uma pessoa. Por impregnarem toda a prática cotidiana da escola, os conteúdos de Ética priorizam o convívio escolar.
São eles: respeito mútuo, justiça, diálogo, solidariedade.
* Respeito mútuo: O tema respeito é central na moralidade. E também é complexo, pois remete a varias dimensões de relações entre os homens, todas “respeitosas”, mas em sentidos muito diferentes. O respeito mútuo também deve valer na dimensão política. Embora política não se confunda com ética, a primeira não deve ser contraditória com a segunda.
* Justiça: O tema da justiça sempre atraiu todos os aqueles que pensaram sobre a moralidade, desde os filósofos gregos. Belíssimas páginas foram escritas, idéias fortes foram defendidas. O conceito de justiça pode remeter à obediência às leis. Por exemplo, se a lei prevê que os filhos são os herdeiros legais dos pais, deserdá-los será considerado injusto. Um juiz justo será aquele que se atém à lei, sem feri-la. Será considerado injusto se, por algum motivo, resolver ignorá-la.
* Diálogo: A comunicação entre os homens pode ser praticada em varias dimensões, que vão desde a cultura como um todo, até a conversa amena entre duas pessoas. Ela pode ser fonte de riquezas e alegrias: o contato que o artista estabelece com seu público, a discussão científica sobre algum tema relevante, o debate caloroso sobre questões complexas, o silencioso diálogo de olhares entre amantes.
* Solidariedade: A palavra “solidariedade” pode ser enganosa. De fato, os membros de uma quadrilha de estelionatários, por exemplo, podem ser solidários entre si, ajudando-se e protegendo-se mutuamente. O enfoque a ser dado para o tema solidariedade é muito próximo da idéia de “generosidade”: doar-se a alguém, ajudar desinteressadamente. A rigor, se fossem solidários nesse sentido, talvez nem se precisasse pensar em justiça: cada um daria o melhor de si para os outros.
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